Santuários de Deus

       Deus sempre quis um lugar destinado totalmente para ser a sua ocupação. No período que Israel esteve peregrinando pelo deserto, Deus ordenou a construção de um lugar cujo propósito  era este lugar ser a morada de Deus ( Ex 25:8). O tabernáculo foi construído pelos homens, neste lugar Deus manifestou a sua presença e foi adorado pelos hebreus,  o tabernáculo era  templo portátil, um santuário, lugar exclusivo para adoração, era também a casa de Deus.  Apesar de o tabernáculo ter sido construído por mãos humanas, foi Deus que estabeleceu o  modelo do tabernáculo ( Ex 25:40).
 
     O tabernáculo também era chamado de "tenda da congregação", neste lugar aconteciam atos de adoração e as oferendas de  sacrifícios ( pelo pecado, por gratidão, de purificação, etc.).  Este lugar foi tomado pela glória de Deus de tal maneira que Moisés não conseguia entrar nele ( Ex 40: 35).

   Apesar de o tabernáculo ter suma importância para os hebreus e para Deus, não foi a casa perpétua de Deus.  Salomão no período que reinou sobre Israel, construiu um luxuoso templo para Deus. O templo começou a ser construído 480 anos após os israelitas saírem do Egito, no quarto ano do reinado de Salomão ( 1 Rs 6:1). O templo seguia as mesmas diretrizes do tabernáculo, tinha que ser um lugar separado e exclusivo para adoração de Deus, um lugar santo e consagrado a qual Deus habitou.

        Os israelitas foram influenciados pelas nações vizinhas, Deus foi esquecido pelo seu povo, Israel começou a cometer adultério com os outros deuses, se prostituindo com ídolos.  O povo abdicou-se de Deus, os deuses estranhos preenchiam toda a vida dos israelitas, consequentemente, o templo construído no propósito de ser o santuário de Deus, foi sendo ocupado por deuses estranhos,  Ezequiel 8, capítulo chave deste texto, podemos perceber isso.  O templo estava repleto de imagens, Deus não era mais adorado no lugar que foi construído para ser à sua habitação, essas imagens de deuses estranhos provocavam ciúmes em Deus ( Ez 8:4). Essas imagens talvez seriam postes ídolos colocados por Manassés no  templo.  Podemos notar alguns dos deuses adorados pelo povo, Tamuz foi um deles ( Ez 8:14). Este deus de acordo com a mitologia da Babilônia, morria durante o inverno, por isso que as mulheres lamentavam a sua morte.   Até o sol era adorado pelo povo  no templo ( Ez 8:16).   Toda essa abominável idolatria afastou Deus do seu santuário ( Ez 8:6). A glória de Deus se retirou do templo, Deus já não habitava mais no lugar que outrora era a sua habitação, tempos depois o templo foi destruído.  É contra a natureza de Deus, que Ele habite em lugares a quais  Ele não é bem vindo.

      Após a morte de Cristo, os salvos substituíram o templo, tornaram-se templo e morada do Altíssimo. Somos santuário de Deus, habitação do seu Espírito ( 1 Co 3:16).  Numa simbologia, na dispensação da Graça, somos o tabernáculo, somos o templo.  Deus nos concedeu este privilégio de sermos chamado de sua casa, sua habitação.  Cristo nos  purificou através do seu sangue derramado na cruz, o Espírito Santo habita em nós. Assim como foram estabelecidas diretrizes para que Deus habitasse no templo, Deus nos orienta a sermos santos em toda a nossa maneira de viver. É impossível ser santuário de Deus, se você não vive uma vida de santidade. O pecado  quando controla o nosso ser, expulsamos Deus de dentro de nós. Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço simultaneamente, assim é Deus e o pecado, não existe meio termo, o acesso do pecado em nossa vida significa a saída de Deus de dentro de nós.  Não podemos fazer o que os israelitas fizeram em Ezequiel 8, a presença do pecado significa a ausência de Deus.  Deus tem nojo de pecado e ele ficará enojado de nós, caso deixemos que o pecado ocupe o lugar destinado para Deus em nossa vida.  Por mais que cantamos em canções " O meu coração é o Teu lugar, vem fazer morada...".  se não acontecer uma mudança de atitude em nossa maneira de viver, uma consagração, uma santificação, nosso lugar não será o lugar de Deus, senão do pecado. Deus é Santo! E a santidade é um atributo de Deus comunicável ao homem, Ele exige santidade de todos nós.  Deus escolhe um lugar sujo para habitar? Escolhe, sim! Mas este lugar é purificado antes  para ser habitado por Deus. Estávamos sujos pelo pecado e mesmo assim Deus quis habitar em nós. Mas! Foi necessário que o pecado fosse expulso de nosso interior para que Deus entrasse em nossa vida e nos transformasse em propriedade peculiar Dele.   Sem santidade em nossa maneira de viver, é impossível desfrutar da presença de Deus em nossa vida.  Deus nos construiu no propósito de sermos santuários Dele. Não existe meio termo, ou Deus, ou o pecado. O caráter moral de Deus o faz ter nojo do pecado de tal maneira que os dois jamais "conseguem" viver juntos.
   
       Quando o homem permite que o pecado domine o seu ser,  Deus fica da mesma maneira que ficou em Ezequiel 8, Ele imediatamente se retira. Deus não apenas se retira do homem, o pecado desperta a ira de Deus. Quando o pecado se torna tão comum em nós, automaticamente estamos provocando Deus e  clamando por sua ira. Estudando o livro de Ezequiel, podemos perceber que o povo de Israel foi severamente castigado por Deus. A ira de Deus é derramada sobre os homens que se opõem a Deus. Logo após  a presença de Deus sair do templo, o templo foi destruído, assim também é conosco. Se o pecado se tornar presente, Deus se tornará ausente em nosso anterior e isso ocasionará em nossa destruição.  É impossível o homem viver ou sobreviver sem a presença de Deus. A presença de Deus é tudo que nós necessitamos, é o ar que nosso espírito respira.  A presença de Deus vivifica  o homem, a ausência Dele o destrói.  Sansão não foi derrotado pelos filisteus por causa de seu  cabelo cortado. Sansão foi derrotado e perdeu as forças  por causa do pecado que já estava dominando todas as suas ações.  Sansão se opôs a Deus, e o Espírito de retirou-se dele ( Jz 16:20). Assim também é conosco, quando o pecado vai dominando nossas ações, chegará um tempo que Deus terá um nojo enorme de permanecer em nós e terá que se retirar  por causa de seu caráter.                    O pecado sempre será  abominável e algo nojento  para Deus.  Deus é onipresente? É sim! Onipresença significa que Deus pode estar  nos lugares que quiser simultaneamente, mas existem lugares que são inconvenientes para Deus. Não deixe que o pecado transforme seu interior num lugar inconveniente para Deus habitar, mas viva uma vida de santidade para que Deus tenha prazer em te fazer ser casa de Deus, santuário de Deus, morada do seu Espírito.

      Se quisermos realmente fazer com que  "Santo  Espírito"  seja bem vindo em nós e que o nosso coração seja o lugar de Deus, se quisermos realmente que Deus venha fazer morada, é necessário que o pecado se ausente de nossa maneira de viver.  A nossa vida tem que ser um culto racional para Deus.  Não somos apenas adoradores, somos um ato de adoração, uma oferta agradável para Deus.  O desejo de Deus é nos inundar por sua presença de tal maneira que o pecado não consiga entrar em nós, assim como Moisés não conseguiu entrar no tabernáculo, quando a tenda da congregação foi inundada pela glória de Deus. A presença de Deus tem que ser tão real em nós, assim como o sol nasce toda manhã. Somos santuários de Deus! Criados no propósito de sermos a casa de Deus, habitação do Espírito Santo. Não permita jamais que o pecado seja um ídolo que ocupe o lugar de Deus em sua vida, assim como  aconteceu em Ezequiel 8, quando Tamuz, o sol e as imagens de repteis ocuparam o lugar de Deus por causa da obstinação do povo para Deus.  O coração de Deus deseja de maneria ardente que teu coração seja a eterna morada Dele. Com quem tu estás ocupando teu coração? É  Deus ou o pecado? Não permita que o pecado seja um ídolo ocupando o lugar destinado para Deus de uma maneira a qual Deus não irá mais suportar morar dentro de você e terá que se afastar, assim como fez no templo. Nosso coração tem que santificado para Deus o transformar em seu santuário e nos encher do seu Espírito Santo. Deus tem ciúmes de você e é  inadmissível para Ele te dividir com alguém ou algo.